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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Fotografias

Há sempre coisas boas por detrás das coisas menos boas. O bom disto tudo é que pude regressar a algo que me relembra os meus melhores tempos até hoje. Andar de comboio foi uma coisa de que sempre gostei e agora com o alto patrocínio do desgoverno do sistema de saúde português, no máximo de 15 em 15 dias vou de viagem à capital num comboio da cp, onde tenho sentido que o que faço tem efeitos positivos. Não sei se porque os comboios têm hoje outra velocidade, se porque a linha da ponte veio aumentar bastante o conforto e a rapidez da viagem, é num abrir e fechar de olhos que lá chego. Descobri também que há uma parte de mim que não mudou nada e a que eu chamo o relógio geográfico. Descobri este relógio quando percebi que o meu corpo pressente a chegada do que me diz muito. Adoro viajar, sempre gostei, mas pensei , em certa altura da minha vida, que determinados destinos nunca seriam para mim. Ficaria mais ao estilo das viagens na minha terra, encorporando o spot publicitário que fez delicias na minha juventude : " vá para fora cá dentro". E eu fui e vou sempre que puder. Conheço muito do meu país, das nossas gentes, dos nossos "brandos" costumes, do bom e do mau. E apesar de não ser uma típica turista, percebi facilmente que é "lá fora" que te descobres e dás valor às tuas raízes ao que te fez ser o que és. E que podes dar as voltas que quiseres por o mundo todo, mas é naquilo que traduz o que és e como sentes, que te sentes verdadeiramente em casa. Hoje aconteceu-me uma coisa que não me acontecia desde o tempo da faculdade. Envolta que me sentia na leitura de " Um lugar dentro de nós" ( que estou a adorar e estou quase no fim) algo me disse para levantar os olhos e a paisagem que vi pela janela certificou-me: são estes os meus cheiros, são estas as minhas paisagens, é este o meu chão, estou a chegar a casa. Levantei-me e ao chegar à porta de saída o altifalante anunciou a chegada breve da minha estação. Tenho um relógio geográfico dentro de mim, e eu reconheceria o que é também um pouco meu, desde que me deixassem pelo menos um dos sentidos funcional. E diz que estou a melhorar a bom ritmo!


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